A Camélia e o presente
misterioso
Era uma vez uma menina chamada
Camélia. Todos os dias, ao acordar, ia à janela respirar ar puro.
-Camélia! Vem tomar o
pequeno-almoço! – Dizia a mãe.
Depois de tomar o pequeno-almoço,
Camélia costumava ir ao Parque Infantil. Um dia, no caminho encontrou um
presente, uma pequena caixa envolta num grande lanço. Aproximou-se ainda mais e
leu o cartão colocado junto do laço “ Para a Camélia”.
Um presente para mim! – Murmurou.
Voltou-se para a mãe e para o seu fiel amigo, o Teco, que a acompanhavam.
Estava mesmo sarapantada! Mas quem terá enviado este presente? E o que estará
lá dentro? Que coisa estranha! - Pensava a Camélia.
Pegou na caixa e aproximou do
ouvido tentando descobrir o que estava lá dentro… abanou, não fazia muito
barulho, não era pesada…Que presente misterioso! – Pensou.
Finalmente decidiu abrir. Lá
dentro, um ramo de Camélias coloridas: cor-de-rosa, brancas, vermelhas,
amarelas, umas grandes outras mais pequenas, umas singelas…Quase não respirava
com tanta admiração! Apenas conseguiu dizer – São lindas estas camélias!
Pegou com muito cuidado no ramo e
foi quando viu o pequeno cartão que o acompanhava. No cartão dizia: para a
minha amiga Camélia, linda como estas flores!
De repente pensou que estava a
ter um sonho! Quem seria o amigo que lhe ofereceu este presente tão inesperado?
Não tinha muitos amigos, mas os
que tinha eram todos bons amigos, mas qual deles seria capaz de lhe fazer esta
surpresa? – Pensava a camélia.
A sua mãe que assistia a tudo
isto, não deixava de sorrir…e o Teco andava às voltinhas e abanava a sua cauda
de contentamento. Ambos já tinham percebido quem era o amigo que lhe tinha
enviado o presente misterioso, mas Camélia estava tão entusiasmada com este
presente que nem conseguia pensar direito.
Pegou na caixa numa mão e o ramo
na outra e continuou o caminho sem deixar de pensar naquela surpresa. Estava
ansiosa por chegar ao parque para encontrar o seu amigo de sempre das
brincadeiras no parque, o Simão.
O olhar de Camélia voltou-se para a janela da
casinha do parque onde habitualmente Simão estava à sua espera.
Que estranho! – Pensou. O Simão
não estava ali como de costume. Por uns instantes esqueceu o presente
misterioso para se preocupar com a falta do amigo. Olhava para o parque, olhava
à volta do parque, para as árvores, para os arbustos, para todo o lado, para a
frente, para trás e nada! Com um ar muito triste, sentou-se no banco do jardim
com o presente ao seu lado. Não se conseguia imaginar naquele parque sem o seu
amigo.
A mãe não dizia nada e o Teco
estava sereno… Camila também não conseguia dizer nada, o seu olhar estava bem
longe a pensar no seu amigo. Que lhe teria acontecido? Porque não vinha?
De repente sentiu um barulho
debaixo do banco. Inclinou a cabeça para baixo e viu ali o amigo. Que estranho!
Porque estaria ali escondido? Os olhos do Simão voltaram-se para a caixa do
presente. Só agora Camélia percebera! Simão tinha feito aquela surpresa a
Camélia para lhe demostrar a sua amizade, não estava à espera que Camélia
ficasse tão assustada com a sua ausência no parque.
Camélia repreendeu Simão pela
partida que o amigo lhe tinha pregado. Não voltes a repetir – disse- lhe com
cara de zangada.
- Desculpa Camélia, fiquei com
vergonha, não sabia se ias gostar do meu presente! Queria dizer-te que gostava
muito de ti, mas tinha vergonha! Foi então que olhei para as flores do meu
jardim e tive esta ideia…
- Seu pateta!
Foi o melhor presente que recebi. Mas sabes, hoje percebi que os amigos são os
melhores presentes que podemos ter...
-Vamos brincar!
Anda Teco – chamou a Camélia.
Correram para o
parque e como de costume subiram e desceram degraus, escorregaram, correram,
brincaram… enquanto a mãe os observava com ar satisfeito à espera que se
fartassem da brincadeira.
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